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quinta-feira

“O que existe é a pessoa por trás da droga e a circunstância em que vive”




 
Querida Aline

Obrigado pelo e-mail que me enviaste ontem criticando o que chamaste de pseudo depoimento da Patrícia. 

Tua critica acentua que aquilo é sensacionalismo e que o importante é que o Estado se comprometa com a recuperação dos dependentes químicos. Arrazoas que foi o próprio Estado apossado por neoliberais - naturalmente antissociais e geradores das desgraças da miséria humana -  que marginalizou jovens e famílias no pauperismo das drogas e a elite dominante que o ocupou – dizes que ainda essa elite manipula o Estado – acumulou muito dinheiro com o tráfico de drogas. As drogas são produtos do capitalismo internacional, que lucra muito com elas, associadas com o tráfego de armas. 

Acusas-me de usar o “depoimento” da Patrícia para fazer sensacionalismo religioso e moralista, como se as famílias e as tribos juvenis tivessem forças para resistir um Estado ocupado por uma burguesia estúpida, egoísta e com aparato policial militar violento e corrupto. 

Sobre o tema religião afirmas que esse encaminhamento é insuficiente. Declaras que as igrejas que dizem tratar de dependentes químicos na verdade usam isso como desculpa para arranjar dinheiro para sustentar seus pastores e padres preguiçosos, que nada conhecem de ciência. Pelo contrário, fazem chantagem e alimentam as mentes dos dependentes de superstições e do medo do inferno. 

Alegas que a lavagem cerebral feita por religiosos é espantosa, que as pessoas são manipuladas e suas autonomias racional e social são esmagadas para colocar no lugar da droga uma falsa fé, que umbilica as pessoas a verdadeiros chefes e patrões místicos. Estes escolhem os que podem estudar e arranjar trabalho para explorá-los com os ditos dízimos. Dizes que esses ex-dependentes substituem as drogas por Jesus, na verdade por seus exploradores, para continuarem com suas mentes drogadas psicologicamente. Seus comportamentos continuam tão neuróticos e estressados quanto na dependência química, apenas substituindo esta por uma subserviência dita espiritual e de conteúdo acrítico. 

Tua mensagem afirma enfaticamente que em vez de impactos sensacionalistas como o do “depoimento” da Patrícia o que importa são procedimentos científicos no tratamento dos doentes químicos e que isso deve ser assumido pelo Estado com políticas públicas, como começa a fazer a Prefeitura de São Paulo com o Prefeito Fernando Hadadd. 

Agradeço imensamente tuas críticas e as compartilho aqui com meus queridos e minhas queridas que acompanham este blog. 

Aprecio tua atitude honesta de criticar com conteúdo e sem ataques pessoais. É assim que se faz querida Aline. Parabéns.

Sugiro que leias sugestivo artigo de Cynara Menezes no site Carta Capital. Parece-me que ela trata com muita propriedade esse tema diferenciando crack e cocaína. É dela a frase que tomei para título desse artigo. 

Abraços críticos e fraternos na luta pela justiça e pela paz.
Dom Orvandil: bispo cabano, farrapo e republicano.


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