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Realmente é preciso mudar a lei de imprensa para construirmos conhecimento mais justo









Prezado Jovem Pedro Cavalcantti

Vivo um momento de intranquila convalescença. Durante os dias amargos de baixa da saúde aproveitei para avaliar nossa mídia dominante. Enojo-me com noticiário de baixa qualidade e programação para a zona sul do Rio de Janeiro, com marcante exclusão do povo brasileiro quase inteiro. A arte também acompanha nas TVs o mesmo espírito excludente. Novelas e filmes expressam a banalização da vida e da inteligência.

 

Com referência ao noticiário, que muito me interessa, o que mais se ressalta é a divulgação da violência sem análise séria das causas, como acontece em São Paulo, Santa Catarina e aqui em Goiânia. A quantidade de sangue que corre das bocas de jornalistas, dos telepronteres, dos tiros e repórteres, das entrevistas etc dá para encher tanques inteiros, se corresse todo pelas telas das TVs. O volume de suor de jogadores de futebol famosos que escorre pelos espaços esportivos daria para encharcar depósitos de toalhas de banho.

Parece que não há mais nada para noticiar. A impressão que dá é que os problemas de segurança e policiais não têm causas econômicas e políticas. São pura consequência de brasileiros maus, de bandidos e de policiais corruptos. Os jogadores de futebol parecem ser as personalidades mais importantes do que os trabalhadores geradores de riquezas e bens sociais.

Isto é, tudo é mostrado em suas manifestações e não nas causas mais sérias. Pura pobreza de programação. O que mais importa para esse modelo de mídia é audiência e não os debates dos reais problemas nacionais e sociais. Quando se vai a restaurantes as TVs são ligadas a programas policiais e os usuários se alimentam com olhos e ouvidos conectados em tiroteios, estupros, pedofilias, drogas, policiais assaltantes e bandidos, ladrões espetaculares... Até parece que no Brasil não temos trabalhadores, movimentos sociais, centrais sindicais, estudantes organizados, ciência, tecnologia, arte, educação, lideranças sadias e maravilhosas. Não, querem mostrar que somos ruins, bandidos e nada mais. A futilidade na consolidação de um senso comum vazio e alienante é alarmante e cara.

Porém, Pedro, troquei de canal e assisti a TV CBR, do Governo Federal. Alegrei-me durante o pouco tempo que estive à frente da programação, antes de fazer o almoço. Vi um programa sobre a agenda do governo para os indígenas e a história da luta de nossos primeiros irmãos pelos seus direitos, bem diferente das superficialidades das outras programações. Assisti os projetos de nossas universidades e Governo Federal com relação à fantástica Amazônia e sua interface com o Brasil e o mundo. Enchi-me de esperança com aquela programação. Vi uma competente entrevista sobre o FAT, Fundo de Amparo ao Trabalhador. Percebi a seriedade com que o Ministério do trabalho enfrenta as questões do trabalho e dos trabalhadores no Brasil. Aprendi muito. Nada disso tratados nos chamados canais abertos, que preferem as espumas e borrascas a coisa séria, principalmente no que diz respeito ao povo, aos trabalhadores e aos pobres, que a elite dominante representada pela mídia odeia.  Finalmente, sorvi uma entrevista tua com uma professora pesquisadora da Universidade Nacional de Brasília e com um técnico altamente preparado do IPEA. Tratava-se da questão da realidade de nossa juventude brasileira quanto aos estudos, profissionalizações, presente e futuro. Vocês destacaram as relações de nosso País com a China quanto ao tema do intercâmbio entre jovens com concentração cultural, científica, tecnológica e aprendizagem de políticas públicas, particularmente para esse setor em crescimento aqui e lá. As boas novas com relação aos nossos 52% de jovens no Brasil são altamente animadoras. Percebe-se o quanto o Governo Federal interessa-se pela qualidade de vida, profissional, social, econômica, científica e política de nossos jovens. A ênfase sobre a necessidade do ensino público gratuito e de qualidade é muito forte e alvissareira. Alegrei-me muito com as notícias.

Com tal programação é compreensível que o apelidado PIG (Partido da Imprensa Golpista) se desinteresse em noticiar as políticas públicas promovidas desde os governos Lula passando por Dilma. Ela torce contra os acertos para que os interessados no caos e na destruição de nosso desenvolvimento retornem à sena do crime político do desprezo ao povo. Esse tipo de televisão prefere as futilidades que dão audiência e alienam do que programações sérias e bem feitas, como as que mencionei que a NBC produz.

Parabéns Pedro pela a apresentação do programa intitulado “Perfil do Jovem Brasileiro”. Teu próprio perfil transmitiu-me alegria e esperança. Vi em ti o brilhantismo, a inteligência, a simpatia, a competência e a alegria da juventude brasileira.

Abraços críticos e fraternos.

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